Comprar ou não comprar, eis a questão!

por Nessa Bruxinha .:.

A maconha não paga imposto no Brasil (não diretamente), mas parece que seu valor sobe junto com a inflação. A porra ta cara pra dedéu, e algumas vezes ou você bebe ou você fuma porque as duas drogas não dá pra comprar. Além disso, para uma mulher é difícil comprar o chá. Se você tiver um companheiro tá feita! Nem precisa se preocupar; contribui quando quiser ou achar melhor e não vai precisar fazer o corre. A não ser que ele não goste. Ai estarás em maus lençóis. Se for solteira, geralmente depende dos broders para salvar. Às vezes uma amiga aparece, mas não é tão comum quanto na ala masculina.

Certo dia conversando com uma amiga, ela disse:
– Eu que nunca fui numa boca. – detalhe, como se diz aqui na Bahia, ela não apenas gosta, que se deixar, come com farinha.

Eu respondi:

– Claro né bonita, teu marido é o primeiro a correr atrás.

Mas essa referência não nos isentava do assunto: contribuímos ou não com o tráfico? Não fico feliz com a resposta, pois sei que sim, mesmo quando consigo do broder que conseguiu com outro broder que é broder do que plantou em casa. Na real, não sei a procedência do beck que consumo. Mas tenho certeza que não é de cultivo legal; moramos no Brasil, lembra? Inveja branca alva dos que tem seus pés em casa. Infração por infração… Eu também não vou na boca, nem nunca fui, nem nunca irei. Mas infelizmente, ela vem até mim através de seus aviõezinhos.

Com isso, fico de cara várias vezes, sem problemas diga-se de passagem, mas quando o bicho pega e a vontade é maior que tudo, até a ex já recorri. Ah, gente! Nem todo ex é ruim. E nem precisa ter um revival. Maconheiro que é maconheiro salva o outro sem querer nada em troca. Se rolar é consequência, não causa.

Nos tempos de hoje, com a economia massacrante que estamos vivendo, mãe solteira, responsável por todo o sustento da casa e do filho, tirar uma grana pra comprar a bendita já não é fácil, e ainda assim fazer contatos arriscados, complica mais ainda. Por isso fico dias sem fumar. Sou daquelas que menos bota e mais fuma. Mas quando tenho não meço esforços.

Por essas e outras defendo a descriminalização conjunta com a legalização, em prol do bem estar comum e pessoal. Não sei se ela custaria ainda mais caro do que já é, mas de certeza geraria emprego e renda; diminuição de presos no sistema carcerário, melhor visibilidade do usuário, e tranquilidade no consumo. Eu poderia sair de casa de cabeça erguida, entraria numa lojinha bacana, escolheria que lombra estava afim de sentir, compraria, pagaria e iria para casa linda leve e tranquila com meu beckzinho na sacolinha personalizada da loja, sem medo de olhares estranhos e críticas pelo uso. Parece um sonho né?!

E vocês meninas, tem essa dificuldade?