Composto de maconha poderia retardar progressão de Alzheimer

Fonte: Zero Hora

Apesar de pesquisas afirmarem que o uso intenso de maconha na adolescência pode causar uma perda de 30% na capacidade de memória, um novo estudo sugere que a utilização moderada de um composto da droga pode retardar a progressão do mal de Alzheimer.

Os cientistas da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, verificaram que níveis muito baixos de delta-9-tetrahidrocanabinol, ou THC (um composto que contém maconha), foram capazes de reduzir a quantidade de beta-amiloide no cérebro — uma proteína que leva à doença de Alzheimer. Assim, eles estão tentando criar medicamentos que ajudem a parar a produção desta proteína.

— THC é conhecido por ser um potente antioxidante com propriedades neuroprotetoras, mas este é o primeiro relatório em que o composto afeta diretamente a patologia de Alzheimer, diminuindo os níveis de amiloide beta, inibindo a sua agregação, e melhorando a função mitocondrial — explicou o autor do estudo, Chuanhai Cao, neurocientista do Instituto do Byrd Alzheimer.

No geral, os pesquisadores concluíram que a maconha — em forma de compostos e distribuída em níveis específicos — pode ter um efeito positivo sobre o cérebro.

— Se estamos defendendo que as pessoas usem drogas ilícitas para prevenir a doença? Não! É importante ter em mente que, só porque uma droga pode ser eficaz, não significa que ele pode ser usada com segurança por qualquer pessoa. No entanto, estas descobertas podem conduzir ao desenvolvimento de compostos relacionados que são seguros, legais e úteis no tratamento da doença de Alzheimer — concluiu.