Como uma mãe mudou a vida do filho autista com Biscoito de Maconha

Marie Myung-Ok Lee é uma mãe nos EUA que já não aguentava mais conviver com o sofrimento de seu filho autista. Suas crises começaram com 1 ano e meio e ele foi diagnosticado, aos 3 anos, com um problema intestinal que o deixava com muita dor, além de autismo severo.

Desde então, os pais tentaram todos os tratamentos indicados: remédios, terapia com cavalos, terapia com um especialista-celebridade (Soma Mukhopadhyay), enfim… foram inúmeras tentativas para acabar com o sofrimento da família, porém todas sem sucesso. Quando ele foi ao psiquiatra, foi-lhe recomendado o remédio Risperdal (risperidona), que tem inúmeros efeitos colaterais – até em adultos – incluindo ganho de peso, aumento nos níveis de insulina, tremores e sonolência.

Optaram por não administrar a droga e não fazer com que a criança passasse por todos esses efeitos. “Eu estava desesperada. Parecia que tinham acabado nossas opções. Foi então que me deparei com um parágrafo no livro The Botany of Desire, de Michael Pollan, onde ele mostrava que a cannabis é ótima no alívio de dor e pode retardar a formação de memória de curto prazo. Será que isso poderia atenuar a dor do meu filho e os ataques sensoriais que ele lutava pra processar?”, escreveu a mãe.

Para entender melhor sobre a maconha medicinal, ela passou a frenquentar um grupo de pacientes medicinais na Brown University, onde era professora e se surpreendeu com o que falavam sobre os impactos positivos da cannabis em seu tratamento. Foi então que ela achou que valeria a pena tentar com seu filho.

Depois de muita conversa, o neurologista concordou. Então, aos 9 anos, meu filho s tornou o paciente de maconha medicinal mais novo de Rhode Island. Eles encontraram um grower certificado e a mãe começou os testes em casa para saber qual strain seria o mais indicado para ajudar seu filho e como ele usaria o medicamento.

A mãe, com medo do que poderia acontecer, consultou Lester Grinspoon, um psiquiatra e professor na escola de medicina de Harvard que pesquisa a cannabis desde 1960. E o que ele disse foi que o pior que poderia acontecer era o pequeno cair no sono.

O strain que melhor funcionou com o menino foi o White Russian e eles começaram com biscoitos, mas logo foram para o óleo e, com pequenas doses diárias, ele apresentou grande melhora. No depoimento dela, inclusive, há o relato de que o ganho de atenção foi tamanho que o menino conseguiu aprender a andar de bicicleta.

Hoje a família está morando em Nova Iorque e enfrenta o problema da “ilegalidade”. O uso medicinal é legalizado no estado há pouco tempo e o autismo não está na lista. Infelizmente, nem tudo são flores nem nos EUA.

 

Baseado neste artigo, publicado no The Washington Post