Cheguei e vou me Apresentar: Chá das Minas!

por Nessa Bruxinha .:.

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Sou uma mina de 35 anos, mãe solteira de 2 filhos, com muito orgulho, auxiliar administrativo (amo o que eu faço), baiana arretada, sagitariana nata, não sou graduada mas ainda pretendo ser em pedagogia ou psicologia; ou os dois. Ah, e gosto muito de dar uns tapinhas, mas as vezes parece tão errado que me deixa com dúvida: até que ponto o prazer e o bem-estar vale o sacrifício? Mas isso não vem ao caso agora. Moro sozinha com um de meus filhos e meus pais não sabem que fumo. Ou fingem que não sabem. Não sou maconheira assumida, pois ainda rege o insuportável preconceito, e a inevitável perseguição dos aparelhos repressores. Mas sonho em estar viva quando a legalização for promulgada e eu finalmente puder ter em meu jardim a minha planta favorita.

Conheci a maconha desde adolescente, e nessa época, não a fumei e nem tinha vontade. Mas bebi cedo e fumei cigarro também. Ainda bebo, talvez um pouco mais, e fumo, com certeza um pouco menos. Dei meu primeiro tapa aos 24 anos e odiei. Não queria sentir aquela lombra nunca mais na minha vida. Mas depois comecei fumando de leve, aprendendo quando fumar, como, quanto, ao tempo em que pesquisava sobre a erva e a conhecia cada vez mais.

Confesso que me apaixonei pela sua história e unir o conhecimento científico com meu bem-estar real me fez acreditar que sim, a maconha pode e deve ser discutida com mais seriedade e não como birra de criança. Sem querer puxar a sardinha, mas já puxando, há alguns anos o Hempadão vem fazendo parte disso, clareando e abrindo minha mente. 

Contudo, percebi que na grande maioria das mídias acessadas, a ala feminina está fortemente representada, em imagens, pelas “gatas saradas seminuas” com folhas verdinhas, camarões apetitosos, e becks deliciosos, prontos para serem degustados. Parece até comercial de cerveja. É bonito, mas não é só isso. Tem isso, mas existe o outro lado da mulher que fuma a erva; boas marolas, boas risadas, boas músicas, laricas impensáveis (já fiz cada gororoba gostosa), papos cabeça, super astral, benefícios na saúde, mente, beleza e alma. Não somos só um corpinho bonito que fuma (seja esse corpo como for). Com isso, muitas dúvidas ficaram suspensas no ar. É preciso falar. Precisamos falar. Reclamamos de direitos iguais, mas deixamos o trabalho sujo para que eles façam. 

Assim, resolvi mudar minhas dúvidas e dividi-las é o primeiro passo. O Hempa abriu o espaço, e estou aqui para compartilhar informação. Minas, o espaço está aberto; de nada adianta uma boa roda, se apenas um falar. Manos, dê a letra; tô ligada que é muito massa dividir um beck com as minas. Conte ai, o que vocês acham mais legal ou menos legal dessa convivência? Passo a bola para vocês!

Meninas, você também estão convidadas para integrarem esse espaço, caso tenham vontade de colaborar, entrem em contato com nessabruxinhabrisada@gmail.com