Cannabis será testada em Crianças com Epilepsia no Canadá!

As notícias relacionadas à cannabis até estão indo bem aqui no Brasil, mas no resto do mundo já estão anos luz à frente de nós. No Canadá, por exemplo, saiu uma notícia essa semana falando que um hospital especializado em crianças com epilepsia, o Sick Kids, em Toronto está pronto para começar os testes clínicos usando extratos de cannabis em crianças com epilepsia severa cujas crises não estão sendo controladas com as medicações já existentes.

Essa tentativa parece ser a primeira no Canadá que vai testar um composto oral que contém tanto THC quanto o CBD, substâncias que têm propriedades anticonvulsivantes em crianças com epilepsia resistente ao tratamento. Porém isso ainda não foi comprovado cientificamente.

No entanto, encontrar uma nova terapia é urgente. Apesar de os médicos contarem com um arsenal de mais de 40 remédios anticonvulsivantes, 30 por cento de seus pacientes com epilepsia severa não têm suas crises sob controle com nenhuma das medicações.

“Quando a criança tem uma epilepsia descontrolada, existem atrasos de desenvolvimento, cognitivo, comportamental e motor.”, disse Catherine Jacobson, diretora de pesquisa clínica na Tilray, uma produtora de cannabis medicinal em British Columbia que vai prover o preparado de CBD-THC para a experiência.

“É uma doença devastadora para se viver, por isso há essa grande necessidade de desenvolver novos medicamentos que vão controlar as convulsões nessas crianças, “ afirmou Jacobson, cujo filho de 7 anos tem epilepsia intratável.

A clínica Sick Kids vai inscrever em seu estudo crianças com idades entre 1 e 18 anos portadoras da síndrome de Dravet, uma rara forma de epilepsia que começa na infância. Essa condição é causada por uma mutação genética e afeta aproximadamente 1 por cento dos casos de epilepsia.

Sean, um menino de 13 anos, chegava a ter até 40 convulsões por dia. Isso atrapalhou muito o seu desenvolvimento. Ele começou a sentar, andar e falar tardiamente. Quando seus pais começaram a dar-lhe um óleo de cannabis com alta concentração de CBD e baixa concentração de THC, o número de convulsões diárias caiu drasticamente, permitindo seu avanço cognitivo.

“A primeira vez que ele fez uma pirraça nós comemoramos porque ele nunca havia demonstrado preferência por nada. Parece que apenas nos últimos dois anos ele está cognitivamente vivo, e isso foi apenas depois da introdução do óleo de CBD,” afirmou a mãe de Sean, Dawn Bellefeuille.

Ela compra o medicamento de uma empresa de maconha medicinal e gasta aproximadamente 600 dólares por mês. Porém, ela explica que é na base da tentativa e erro que os pais descobrem qual a dose é mais segura e efetiva para seus filhos, pois ainda não há nenhuma pesquisa ainda sobre as combinações CBD-THC para guiar médicos e famílias.

“Isso é o mais difícil da síndrome de Dravet. Nenhuma criança é igual a outra. Nenhuma criança responde à medicação da mesma maneira,” disse ela.

Esse teste da Sick Kids vai estudar como essa combinação é tolerada, quais efeitos colaterais podem surgir e qual dose vai ser ideal.

Se os resultados forem favoráveis, os pesquisadores vão fazer um teste com metade dos participantes tomando a medicação e metade com placebo para saber se o tratamento com CBD-THC é superior em reduzir ou eliminar as convulsões.

Dawn Bellefeuille disse que ela com certeza inscreveria seu filho para o teste se isso fosse determinar a quantidade ideal para seu filho, cujas crises diminuíram para apenas uma por dia desde que começou com o óleo de cannabis.

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