Atrás da Maria em Miami Beach – Ela tava Lá!

Terra de Tio Sam é pura contradição, rapaz, quem diria. Adão embarca numa missão espinhosa e se viu em Miami em busca da Maria. Flórida, hein. Estado conservador onde a marijuana não é medicinal, é cana.  A busca não é simples, envolve avisos de cuidados frequentes, mas vocês conhecem bem a mente insana do nosso personagem milenar. Como quem não quer nada, Adão deu um rolé por perto e avistou uma excelente headshop. Onde tem vaporizador, sedas, bongs e todo aparato para fumício pode parecer o lugar ideal talvez até para a conclusão da saga, ou quem sabe o começo, uma luz, um caminho. Adão foi lá perguntar sobre a Erva e não estava sozinho, tinha consigo o desejo de desvendar como se dá a relação da planta com a cidade.

Arriscado, com pouca quantidade você pode ser preso pela polícia, mas você pode tentar pela rua. O atendente ficou muito receoso em responder, mesmo depois de Adão ter comprado vários apetrechos de maconha. Sobre o dichavador comprado, o vendedor avisou: se você conseguir comprar maconha aqui, não utilize-o, pois ele vai se tornar ilegal e pode ter problema ao embarcar.  Sem sucesso, desanimado, Adão pediu um blunt de tabaco, fedorento, pra ver se sensibilizava o rapaz – é o que tem, né.

Deu certo. Depois de longo papo: sobre cultivo, kiefs, óleos, bongs e até do blog, o caro amigo vendedor resolveu ajudar. Deu o telefone dele e disse pra ligar no dia seguinte que ele ia tentar ajudar. Boom. A luz no fim do túnel tava lá, acesa. Mas no dia seguinte, nada. Atendeu do outro lado da linha uma voz seca que dizia: Eu não tive nenhuma sorte na busca. Antes que pudesse pensar uma outra qualquer investida, desliga. E o sabe o que é pior? O cara tá certo. Se Adão fosse um amigo dele certamente daria esse papo – cara, cai fora. Deixa esse doidão pra lá, afinal, vai saber quem é ele. Num país onde a repressão pode ser um pesadelo, será que vale arriscar seu próprio pescoço pela brisa do turista?

Depois dessa Adão desanimou, mas no dia seguinte foi dar um rolá por South Beach e lá eram vários os adesivos sobre maconha espalhados pelas ruas. Vários do Hempadão ficaram por lá também! Várias lojas de marcas conhecidas que usam a erva em suas estampas, no paraíso do consumo, comprar objetos de maconha pode. Mas a maconha mesmo, cadê? Entre uma Highway e outra, já chapado de estar careta, Adão foi colando adesivos do Hempa on the road. Seguiu o ritual até nos aeroportos e – pasmem – no carrinho do avião que leva a comida dos passageiros – será que dá merda?!

E você, que lê esse texto até aqui, quer um final feliz? Quer uma dica de como conseguir maconha em Miami? Bem, dicas não tem, mas um final feliz bem que rolou. E vou te contar como foi. Em um outlet da vida vinha um doidão, rapper, vendendo uns CDs do trabalho dele. Adão deu ouvidos e ao comprar, percebeu que era canábico. Trocou adesivo com o cara, falou sobre o blog e deixou pra lá. Só depois pensou: esse cara podia me salvar!

Adão é homem milenar e está muito além de qualquer possibilidade de pensamentos preconceituosos, mas a verdade é que o branquelo da loja literalmente estremeceu de medo em passar o green enquanto o malandro de roupa larga abriu um sorriso extenso, bem na hora que foi questionado: “Hey man, is it impossible buy some weed in this city!?”, riu e disse: “follow me”, pedindo pra seguir ele até o carro. Aproximadamente um grama de um green muito cheiroso saiu quase 50 dólares! Um assalto. Mas era o que tinha e valeu cada centavo. Suficiente para uns três cigarrinhos. Onda batendo a pergunta que não cala: porque essa erva é proibida?!