Atenção: Encontro Antiproibicionista do Rio de Janeiro!

O ano de 2013 não foi como aquele que passou. Milhares na rua protestando por direitos e muita truculência policial para conter o livre direito de manifestação. Para os que vêm construindo as Marchas da Maconha, isso não foi exatamente uma novidade. A luta antiproibicionista sofre há anos com a criminalização e a violência, ao mesmo tempo que as denuncia.

Nas favelas, as balas não são de borracha e uma política de guerra tenta legitimar o indefensável. Dizem que a Guerra é “às Drogas”, mas o alvo tem endereço, cor e classe social.

O I Encontro Estadual Antiproibicionista – RJ acontece logo em janeiro de 2014 para construir uma unidade fundamental entre todos os coletivos e ativistas no enfrentamento à política de proibição de drogas no próximo período.

No Rio de Janeiro, a criminalização dos pobres vem se acentuando com militarização das comunidades, recolhimento de pessoas em situação de rua e tantos “Amarildos” desaparecidos. Assim, o debate sobre a necessidade de repensar as políticas sobre drogas vêm crescendo também nesse estado.

Mais de 10 mil pessoas estiveram na última Marcha da Maconha da capital do estado, que ainda contou com estas manifestações em Nova Iguaçu, São Gonçalo, Niterói, Petrópolis e Rio das Ostras.

O Bloco Planta na Mente e o Pot in Rio também são grandes expressões culturais e afirmações políticas de resistência à opressão e ao preconceito contra os maconheiros.

A Frente Estadual Drogas e Direitos Humanos se consolidou como grande instrumento de contestação à política manicomial e higienista de internação forçada de supostos usuários de crack, recolhidos das áreas mais visíveis das cidades.

O ENPOP, Encontro Popular sobre Segurança Pública e Direitos Humanos, reuniu diversos movimentos sociais e moradores de favelas e concluiu que a legalização das drogas é uma alternativa necessária para garantir direitos dos mais pobres.

O I Encontro Estadual Antiproibicionista visa fortalecer e articular todas estas lutas e impulsionar um crescimento ainda maior do movimento antiproibicionista a partir de 2014. Os espaços de palestras, rodas de debates, grupos de discussão, oficinas e (por que não?) noites culturais darão mais acúmulo e entrosamento para os militantes e podem ser grandes oportunidades para os que ainda querem conhecer melhor a luta pela legalização da maconha e outras drogas, que possui aspectos diversos.

O nosso vizinho Uruguai acaba de ser o primeiro país a regulamentar a cannabis para fins recreativos no mundo e isso já é um marco que pode significar o início de uma nova era na política internacional sobre drogas.

Resta aos usuários de drogas e cultivadores caseiros de maconha, religiosos rastafári ou do Daime, profissionais e usuários da saúde, estudiosos do uso medicinal, do direito e das ciências criminais, autoridades, juventudes, artistas, pobres e favelados, todoxs xs lutadores libertárixs e todxs os atingidxs pela falácia da “Guerra às Drogas” se encontrarem e se organizarem para construir os próximos capítulos dessa história, que até aqui foi escrita com muito sangue.

Nossa vitória não será por acidente!