Afinal de contas… o que defende o feminismo canábico?

por Nessa Bruxinha .:.

Costumo salvar alguns endereços de sites com matérias interessantes no meu e-mail. Passando o olho nesses e-mails antigos, vi duas matérias bastante relevantes para nossa coluna. Uma falava sobre o álcool e a maconha (que falarei num próximo post)  e noutro falava sobre o que as feministas defendem. Antes de terminar a leitura me veio à mente um post do Hempa com a seguinte imagem:

Na época, houve vários comentários, uns achando engraçado, outros nem tanto. Pela visão do feminismo, a imagem é ofensiva e denigre a postura da mulher que escolhe beber e não fumar. Porém, muitas das vezes que acontecem discussões entre as pessoas advém da forma de interpretar o que foi dito. Concordo que a mulher tem que escolher se prefere beber e não fumar, ou fumar e não beber ou até usar os dois. Mas isso também não dá direito de ser escolhida? Ou seja, alguém vai preferir uma imagem à outra e só. Isso não poderia ser levado na esportiva?

Na imagem não tem palavras de baixo calão, nem é depreciativa, nem é tendenciosa. Ao menos eu não achei. Ainda assim, com tanta reclamação, o Hempa acabou retirando o “meme” da linha do tempo da fanpage. O fato é que, na minha humilde opinião, gente bêbada é feia e chata. Gente doidona é legal e engraçada. Sem contar no enorme malefício do álcool em relação à maconha. 144 vezes mais mal para ser mais exata, conforme a pesquisa que li.

Então, sendo eu mulher, e não concordar com a ofensa sentida por outras companheiras de luta, não sou feminista? Então sou machista? Não. Feminismo não é antagônico ao machismo. Um é um e o outro e outro. Machismo é um sistema de dominação. Feminismo é uma luta por direitos iguais. Trabalho pra sustentar minha casa, sou mãe solteira, vou à festas, barzinhos, bebo, pago conta, visto calça jeans, defendo tantas e tantas lutas da mulher porque também luto por mim, transo na primeira, ou nem transo, já dispenso, participo de um coletivo universitário, e escrevo para o Hempa falando sobre universo feminino e maconha. Sou feminista sim, porém tenho minhas divergências.

Tem um trecho de uma das matérias que li que diz assim:

“[…]Tem gente que diz que mulher não pode sair de roupa curta. Tem que se valorizar. Mas sair sem maquiagem não pode, tem que ser feminina. Outros dizem que tem que alisar o cabelo, porque cabelo crespo ou indomável não pode ser bonito. São pessoas que vão olhar para alguém que não se encaixa no padrão e dizer “ih, você precisa se cuidar […]”.

Nesse trecho eu só me encaixo na primeira frase. E nem é total, é parcial. Em todo o resto, discordo totalmente. Por mim nem existia maquiagem. Cabelo alisa quem quiser, não “tem que”, eu por sinal passei a vida cacheando meus cabelos com os dedos, porque não suportava a ideia de vê-lo liso escorrido. Quando era criança queria ter os cabelos de trancinha. E por fim, eu própria nem me encaixo nesse dito padrão; tenho 1,62 e peso 74k. O que nem de longe é um incomodo para mim.

Dentre tantas defesas que Aline Valek apresenta em uma dessas matérias, uma que já defendi aqui é a de que “Mulheres não são produtos. Não podem ser tratadas como mercadoria, isca para atrair homens, moeda de troca ou prêmio;” e também: “Não existe tal coisa como “mulher de verdade”. Todas as mulheres são bem reais, independente de se encaixar em algum padrão;[…]”

Mas e você mulher maconheira, o que defende?